Após um grave episódio ocorrido na última sexta-feira na Santa Casa de Cabreúva, a saúde do município voltou aos holofotes — mas pelos piores motivos. Uma gestante foi informada por um médico de plantão que seu bebê estava morto. Após exames mais detalhados, descobriu-se que a criança estava viva. O caso, que chocou a população, escancarou a precariedade do atendimento e gerou uma onda de denúncias por toda a cidade.
O mais espantoso é o silêncio da prefeitura: nenhum posicionamento oficial, nenhuma explicação ou medida anunciada. Enquanto isso, os problemas se acumulam e a revolta cresce.
Cabreúva arrecadou mais de R$ 161,6 milhões entre janeiro e maio de 2025 — uma média superior a R$ 1 milhão por dia. É o maior valor já registrado na história do município, conforme dados do Portal da Transparência. A atual gestão da prefeita Noemi Bernardes celebra os números, mas nas ruas a realidade é bem diferente: o dinheiro não parece chegar onde realmente importa.
Dona Elza, 67 anos, espera há dois anos por uma consulta com cardiologista. “Disseram que iam me ligar, até hoje nada”, desabafa. No bairro Vilarejo, seu João Pereira, 58, saiu da unidade de saúde sem sequer conseguir dipirona. “Me mandaram comprar por conta.”
Já Larissa Mendes, 24, aguarda há meses por um exame de sangue simples. “Disseram que mudaram o laboratório.” No caso de Adriana Ferreira, que fez tratamento de canal em 2024, a dor voltou e o dente nunca foi fechado. “Será que vou ter que arrancar?”, pergunta, indignada.
Na Policlínica do Jacaré, dona Maria Helena teve o atendimento cancelado três vezes por falta de médicos. “Marcam e depois ligam dizendo que não tem profissional. Isso é respeito?”, questiona.
Com os cofres cheios, a população exige mais do que promessas: quer atendimento digno, remédios, médicos e respeito. Afinal, dinheiro tem. O que falta é gestão.
Fonte: Portal da Cidade Cabreúva



