Por Fábio H. Filizzola e Vinícius Maggioni
Os debates destacam importantes aspectos relacionados à COP28 e à postura do Governo Brasileiro em relação à transição energética e questões ambientais. Vamos abordar alguns pontos-chave:
1. Fundo de Perdas e Danos:
• O anúncio do Fundo de Perdas e Danos é significativo, mas a natureza voluntária das doações levanta preocupações sobre a eficácia real em lidar com as consequências das mudanças climáticas, especialmente para nações mais pobres.
2. Contribuição Financeira:
• O montante comprometido até o momento, cerca de US$ 500 milhões, está aquém da meta de US$ 30 bilhões discutida na COP28. Essa disparidade levanta questionamentos sobre a real disposição dos países ricos em financiar ações sustentáveis.
3. Postura do Governo Brasileiro:
• O anúncio do Brasil em participar da OPEP+ e explorar a margem equatorial na foz do rio Amazonas vai contra a narrativa de transição energética e sustentabilidade. Essa decisão causa surpresa e mal-estar, especialmente considerando os avanços em direção a fontes de energia mais limpas.
4. Potencial do Brasil na Transição Energética:
• Destaca-se o potencial do Brasil em ser uma referência mundial na transição energética, especialmente através da produção de biometano e hidrogênio verde. Parcerias com nações comprometidas, como a Colômbia, poderiam impulsionar iniciativas sustentáveis na região.
5. Esperança na COP28:
• A esperança de que os debates na COP28 resultem em ações concretas para um mundo melhor é compartilhada, mas a preocupação é válida para evitar que a conferência se torne apenas uma forma de “COPwashing”, onde as intenções de sustentabilidade são promovidas sem ações efetivas.
Em resumo, a COP28 representa uma oportunidade crucial para abordar desafios ambientais globais, e a postura de cada país, especialmente em relação às contribuições financeiras e políticas de transição energética, desempenhará um papel crucial no sucesso desses esforços.
